Comentários de leitores
(Fontes diversas)
“Não se gosta do que Clara escreve apenas por afinidades ou belos escritos. Há uma lógica inserida na beleza e Clara consegue nos passar isto de uma maneira indolor e - que coisa?! - prazerosa. Gosto de você, Clara.” Odilon Carlos (Via Facebook – Outubro de 2011)
"Sobre a matéria publicada no DM-Opinião de domingo 23/10. Um olhar estrangeiro sobre Clara Dawn e suas crônicas publicadas no DM. Só agora eu vi. Estava viajando. Espero que não seja tarde para comentar. Vamos lá: " Não há conquistas fáceis. São as estradas sinuosas que levam ao caminho certo. O profissional, em qualquer ofício, alcançará o triunfo a partir de um espírito tenaz, forte, obstinado. Vejo em Clara essa pessoa, essa mulher que experimenta a celestial sensação de estar sendo um pouco reconhecida. Isso a torna perigosa de um crime ediondo: mulher, jovem, bonita e inteligente em destaque por seu trabalho de escrita profissional. Nada bom, para Clara Dawn. Embora pareça que é. Eu não tenho nada contra o crime que ela está cometendo, nada contra ela ser uma mulher que sabe escrever, contar histórias e chamar a atenção por suas carapuças que cabem em tantas cabeças. Mas, sei ver que o elogio, a mídia, os amigos os que idolatram poderam persegui-la, ameaçá-la, tachá-la, matar a sua arte se quiserem. Retalhar seus versos, deixá-los expostos pra servir de plágio. Clara agora pode resistir ao mais feroz dos tempos? A ira, ao pior julgamento, a inveja e crítica negativa? Tão jovem, pode? A revide virá e espero que Clara renasce e brota nova rosa. Atravesse a história e se for queimada viva, condenada por ser quem é, se descer ao fundo do inferno por causa de seu talento. Que ela não tema nada e retorna inteira, maior, mais larga, Claramente mais obstinada. Parabéns". Poeta Waldomiro Prado
"O Chapinesco" de Clara Dawn - por Celso Moraes Faria
"Teço modestas considerações acerca do mesmo. Longe de mim querer fazer um arremedo de crítica literária, são meramente opiniões de um leitor 'paisano'. Gostei do início 'Perto, muito perto', numa resposta ao clichê do 'longe, muito longe', tão comum e cansativo dos contos de fadas. A descrição minuciosa do cenário faz com que a gente 'veja' o vilarejo com os olhos de nossa mente, e chegamos a acreditar – mercê do pacto de leitura – que tal lugar efetivamente existe. Um lugar de antíteses, expressas aqui e ali, como na expressão 'esgoto adentro e rio afora'.
Interessante as palavras derivadas do nome do criador do imortal Carlitos. O adjetivo 'chaplinesco' e o verbo 'chaplinescar' trazem à memória o andar bamboleante do inesquecível personagem, e eu cheguei mesmo a 'vê-lo' na inglória luta com a sua sopa de sapato. Singular vilarejo, que se permite o luxo de ter uma réplica da igreja parisiense de Val-de-Grâce; imagine-se a quietude e a tranquilidade desse lugarejo, um verdadeiro Vale da Graça, que só não é perfeito, apesar da ruína, porque ali 'sempre chove'.
Trata-se de um conto em que, mais importante que a ação, é fundamental a descrição do panorama e a construção psicológica dos personagens. O pedinte que 'não usava botas de borracha e tampouco possuía um guarda-chuva' é um primor de criatividade, sentado na calçada a filosofar com a propriedade de um Rousseau. Seu vocabulário, erudito e rico, contrasta com a ideia que se tem de um mendigo interiorano. Mas, a bem da verdade, aqui mesmo em São Luís de Montes Belos há um sujeito maltrapilho que vaga pelas ruas e discorre com propriedade acerca de assuntos complexos, sendo também, aparentemente, um expert em Química, sabendo de cor a tabela periódica (!). Vida imitando a arte, e vice-versa.
O fecho do conto, o diálogo à primeira vista pleno de nonsense, encerra de forma incisiva o texto, deixando o leitor comum (os não iniciados, não como nós, que lemos muito e chegamos a um patamar mais elevado) a se perguntar 'que parte eu não entendi?' ou mesmo 'há algo mais para se entender aqui?'Enfim, gostei do texto. Um grande abraço de seu leitor". Celso Moraes Faria é professor em São Luís de Montes Belos
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